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Channel: 365 » #dramaqueen
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Dois meses aqui, um brinde, faz favor.

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Dois meses e eu estou viva, sadia, 1,5 kg mais gorda e em rápido processo de melhora. Não sinto falta de feijão, nem de nada da comida daí, gosto daqui, já sinto até falta de batata frita todo dia. A casa tá ok, eu já sei andar na cidade sem o olhar abobado de quem chegou e a insônia bate na porta no mínimo três vezes por semana, ou seja, estou em casa.

Mas muita coisa me faz falta, na maioria dos casos, as coisas impalpáveis de certa forma. Eu sonhei com o cajueiro essa semana, e acordei sentindo cheiro de cigarro, e me dei conta de quanto tempo faz que não há um abraço, desses de verdade, que você sente que tudo tá bem por dois segundos. E dia desses, eu tava tirando os cabelos do quarto e lembrei do drama que um amigo fazia pra gente não sujar a casa dele de cabelo, e fiquei rindo, um tempo, sozinha, bobamente. Dia desses, eu tentei resumir os três últimos anos e os dois últimos caras em curtas palavras e não deu, não cabia. E depois eu tentei fazer as pessoas entenderem esse senso de independência que aparece no meio da noite, a vontade ficar andando com a minha garrafa pela boate, à toa, só pra vê qual é. Não funcionou. Teve uma semana todinha que eu quis ser mono assunto, e só falar, até doer, de assuntos repetidos, e não sair, e ir ao cinema sozinha, ou tomar um café no museu, não deu. Me peguei sentindo falta de um alemão com quem pouco convivi só porque ele fala rapariga sem ser palavrão, opa. Eu to sentindo falta da minha cor de pele original, não sou branca, cadê o moreno que nasceu aqui? E da praia do domingo, de fritar ate não acabar mais, e ficar falando de assuntos chatos e variando entre política e dramaqueen. To sentindo falta de ligações no meio do dia, de smss, de whatsApp prum cinema ou pruma cerveja. De cantar junto o repertorio inteiro, de dançar junto no meio da balada, de nunca descer do salto. Dos dias em que se avisa o transito e o alagamento, ou os carinhas da amc na volta pra casa.

Não é da casa, não é da cidade, não é do sol, não é da comida, é do abraço, do beijo, do carinho. Não ta ruim, não tá, ta longe de ser ruim, mas só agora eu percebo a estranheza de ter tão pouca gente, de ser de tão poucos, de ser tão assim, fechada, há quem diga, ou difícil de explicar. Mas deixa, a cerveja ta gelando, e eu já to saindo.



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